CANTO D' ALMA

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Um espaço de partilha de nós para vós e que pretende ser de todos nós.

Um local para usufruir e disfrutar da companhia uns dos outros num ambiente perfumado pelo aroma das artes.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

“Filme” ou “Retrospectiva”

Lembro e relembro
o que fiz,
quanto fiz
e como fiz
na vida.
Pouco,
muito pouco
ou nada
alteraria na minha vida.
Tudo o que fiz
quanto fiz
como o fiz
fi-lo por inteiro,
sem limites nem reservas,
num acto desenfreado
de entrega total
sem o mínimo propósito
de ofender ou prejudicar alguém.
Todos os momentos do meu passado
ou a sua grande maioria
(fugindo a uma qq nesga de presunção)
são causa de sorriso estampado
nos lábios de um qualquer alguém,
por mais breve e leve que seja.
Todos os momentos do meu passado
são completamente desprovidos de falsidade.
Todos, sem excepção,
são plenos de intencionalidade
devoção, carinho, intensidade e identidade.
Certo que ao longo do caminho,
seguramente, como humano,
também errei.
Mas jamais com o intuito
ou propósito de prejudicar.
Acaso, em certas alturas,
se eu tivesse tido ou não tido...
se eu tivesse dito ou não dito...
se eu tivesse sido ou não sido...
se tudo tivesse sido ou não sido...
outro, provavelmente, seria
Eu,
o hoje,
o universo inteiro.
Mas não tive, não disse, não fui e tudo não foi.
Por isso sou o que sou. Apenas o que sou.
Em relação a outrém
não me sinto
nem sou mais,
nem sou menos
que alguém.
Seguramente serei diferente...
pois sou EU.
Amei, sonhei e fui,
inteira e convictamente.
E isso basta-me!

Revisitando o grandioso Fernando Pessoa através do poema ”Na noite terrível” de Álvaro de Campos.

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