CANTO D' ALMA

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Um espaço de partilha de nós para vós e que pretende ser de todos nós.

Um local para usufruir e disfrutar da companhia uns dos outros num ambiente perfumado pelo aroma das artes.

Fazedor de colares

Qual menino que se encanta
com as pedrinhas ou com as conchinhas da praia,
assim sou eu também com as palavras.
Apanho uma aqui, uma acolá, uma mais além...
uma palavra, uma frase, uma expressão...
e trago-as todas para casa,
para o lado de dentro do peito.
E sem uma ordem lógica aparente, dou por mim,
como que a fazer colares de conchinhas mas com palavras.
Por esta razão, jamais me considerei, considero ou considerarei
escritor, poeta, ou qualquer outra coisa que se lhes assemelhe.
Quando muito poderei ser apenas um mero e comum artesão,
uma espécie de fazedor de colares ou pulseiras
com as palavrinhas que vou coleccionando.
Daí humildemente pedir ao distinto leitor
que jamais tenha meus textos como obra unicamente minha
pois isso seria quase impossível.
Não me reconheço arte nem capacidade para tal.
Quando muito possuo alguma sensibilidade
para me deixar encantar e apaixonar
por tudo quanto a meus olhos se me afigura como Belo.
As palavras, frases, expressões serão, na sua grande maioria,
de alguém que não eu
mas que um dia li, vi, me encantei e guardei...
como só as coisas boas são de guardar.
Daí, alto e bom som, desassombrada e usualmentemente afirmar:
Escrever,
no sentido de ser escritor,
não sei se o faço, seguramente que não
pois julgo que me faltam imensos atributos
para ser lido como tal
e com a deferência própria que lhe está subjacente.
Penso que sou apenas alguém com ousadia de se exprimir
fazendo uso do seu curto vocabulário
e do belo com que vai contactando ao longo do caminho.
Sou um semeador de palavras
como que... um “fazedor de colares e pulseiras”,
um brincador de palavras que se delicía a juntá-las
num mero acto lúdico de diversão e quiçá de evasão.
Na melhor e mais simpática das hipótese serei talvez
um recolector de palavras/frases/expressões,
que vai colhendo aqui e acolá, pérolas
por onde os olhos e alma se passeiam
e na sua beleza ficam alegremente aprisionados.
Sou apenas um inveterado coleccionador que se limita
a coleccionar em si o q é efectivamente belo,
e quando muito, de quando em vez, ousadamente,
se atreve a manifestar a forma como sente e lê
tudo quanto o rodeia.

Segura e peremptoriamente serei acima de tudo um semeador de palavras, um homenegeador daqueles que verdadeiramente possuem o dom de criar,o dom de serem artistas.

Carpe Diem