CANTO D' ALMA

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Um espaço de partilha de nós para vós e que pretende ser de todos nós.

Um local para usufruir e disfrutar da companhia uns dos outros num ambiente perfumado pelo aroma das artes.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

"Intróito" :-)

Serve a presente introdução, à guisa de nota, para enquadrar os dois textos que se seguem, os quais nasceram da inspiração que fui buscar numa frase de Nietzsche “(...) E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam ouvir a música(...)” e num texto de Pompeu Martins que como é apanágio deste bloguezinho, se encontra devidamente assinalado no final de cada uma das “obras”

Huggs & Kissies
(é com dois "guês" porque são xi-corações) :-)

"Como nós"

Durante a tarde, como ao longo da vida,
vaguei pelo espaço
trazendo carinhosamente para o lado de dentro do peito
tudo quanto me fascinou,
tudo quanto de belo vi e se deixou ver,
tudo quanto me comoveu e me emocionou
mas sobretudo,
tudo quanto amei e se deixou amar por mim.
Tão só e nada mais que isto.
Mas este “isto”, nos dias de hoje, é... e soa a tanto!
E não vale de muito andarmos com grandes teorias
de modernidade e pós modernidade
ou outras insignes intelectualidades
pois o que há de poético e de futuro nisto
é o simples facto de estarmos vivos
e de possuirmos ainda a capacidade
de nos emocionarmos e Sermos
ao nos permitirmos essa mui ousada
e tresloucada teimosia de sentirmos
e de o querermos fazer até ao final do nossos dias.
Sei que aos olhos dos iluminados
tal não passará de uma mera e insignificante banalidade
mas significa muito para mim e para alguns ainda como eu.
- Temos pena!!!

E o verdadeiro milagre, no meio disto tudo,
é que no final do dia,
quando encostar a cabeça na almofada
por mais que sofra
por mais pressões de que seja alvo...
o sabor de ser assim
se torna ainda mais intenso e saboroso
dando ainda mais alento para continuar a sê-lo
amanhã e nos dias que se lhe seguirão.
E ao contrário do que alguns desejariam
não morremos... mas antes, continuamos vivos,
para mal de seus (iluminados) pecados.

Mesmo sendo pequeno nosso coração
nosso sonho é infinito...
libertando-nos assim das corpóreas amarras:
Nós não somos apenas do nosso tamanho
mas do tamanho do nosso sonho.
E isso mata-os por dentro...
apenas porque não ousam voar,
como nós!

PMM 16Mai10

Homem de "H" bem grande

Num Homem com “H” bem grande
ser criança ( e saber sê-lo com orgulho)
é a capacidade única que o define
mostrando-lhe as fronteiras do risco, da liberdade,
e do dia que há-de vir...
para continuarmos a construir,
para nos continuarmos a construir,
para nos continuarmos a reinventar
para nos continuarmos a surpreender
como nos surpreendiamos com a magia das coisas simples
como quando tínhamos tenra idade.
A terra significa chão...
e os pés assente nela por vezes
significa sangue, suor e lágrimas
pois o “nosso” mundo é sinónimo do que somos,
e ele por vezes colide por demais
com o mundo que nos cerca,
pondo assim à prova o quanto somos,
quanto valemos
e de que fibra somos feitos.
Mesmo quando, fisicamente, já não estando...
e só conseguimos ser apenas uma saudade,
no íntimo daqueles que reconhecem nossos atributos,
mesmo naqueles que não nos amam.

PMM 16Mai10

sábado, 22 de maio de 2010

“Ao entrar em casa”

(Dedicado ao meu Pai e à sensação que me preenche,
a cada visita minha ao Lar)

Já desaguou nesta sala a luz de repetidos verões,
sem que se tivessem apagado do espelho as imagens,
as Suas esperas e as Suas ânsias,
quando à tarde uma brisa corria
e, anunciando a noite,
a mesma luz que nos entardecia.

O espelho, esse sim, guardava a casa, guardava tudo.
Como hoje ainda guarda os tudos quanto teve.

Mesmo hoje, que o senhor já não está.
E ainda lá estão os verões, aquela sala
e os nossos nunca mais, à espera de um calor
que os faça ressurgir e aí o alcance
como só no coração de um velho espelho é possível alcançar.

PMM 24Ago09
(quase na íntegra)

P.S. Obrigado querido amigo Pompeu pela beleza tão grande e tão profunda de tuas palavras.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

"Somos um mundo... com Deus por dentro"

Somos um mundo com Deus por dentro
somos o sabor, o aroma, a presença
somos lábios, somos corpos, somos o luar
somos um mundo inteiro...
e temos tanto para contar.

Somos um mundo com Deus por dentro.
Somos o universo, um oceano ou um deserto
somos um beijo um sorriso ou uma lágrima
somos o Tudo... e o Nada.
Mas somos unos, plenos de vida e intemporais
quando nos habitamos um no outro
sem reservas nem limites

e até ao fim...

até ao fim.

terça-feira, 18 de maio de 2010

"Amar uma mulher" By Cátia e Mónica

Queridos amigos,
fazendo jus à principal característica deste nosso cantinho da net "espaço de partilha" venho hoje, fazer chegar até vós, algo que veio até mim sob a forma de comentário a um textinho recentemente aqui publicado mas que por motivos de ainda não ter recebido autorização das autoras para o editar, preservando assim a identidade do seu blog, resolvi por bem postá-la por forma a partilhar convosco a beleza do texto destas duas nossas amigas.
Espero que que seja tanto do vosso agrado quanto foi do meu.

"Amar uma mulher"

...Amar uma mulher
é amar um mundo
todos os dias diferente,
assim como é o tempo, ou até mesmo a Lua
mas acreditem homens, vale bem a pena,
pois cada "mundinho" destes,
é uma pura e agradável aventura
para quem o souber levar...

Cátia e Monica 14-05-10


P.S. Muito obrigado meninas

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Amar uma mulher

mAmar uma mulher não se trata apenas de gostar carnalmente dela no sentido físico e estritamente sexual.Pode até, aos olhos de alguns, ser gratificante mas afigura-se-me como algo demasiadamente redutor.
Para amar uma mulher não basta ser heterosexual, sexualmente hiperactivo, macho latino tipo “garanhão da dúzias”. Isso é gostar de sexo com mulheres. Algo que de um determinado ponto de vista até não deixa de ser louvável.
Contudo AMAR uma mulher é algo mais além...
.........................................é algo bem mais intenso e profundo.
Amar uma mulher é ter sensibilidade para penetrar no universo feminino e ficar deliciado com o modo como ela se move, como anda, como se veste, como se despe, como respira, como fala, como conta o seu dia quando chega do trabalho.
Amar uma mulher é ser um verdadeiro devoto do seu corpo, suas curvas sibilinas, seus seios, seu gesto, seu sorriso, seu olhar, sua mente, sua personalidade, sua alma.
Amar uma mulher é saber escutá-la pacientemente, é saber fazê-la feliz, fazê-la sentir-se única - cada mulher é um universo por si só.
Um homem que ama as mulheres jamais está preocupado em contabilizar quantas conquistou, seduziu e muito menos quantas conseguiu levar para a cama – isso não é ser-se Homem, é ser-se "contabilista" ou como "carinhosamente" me apraz chamar-lhes: “contadores de camas”.
Ser Homem que ama mulheres é preocupar-se com a qualidade do sexo, é saber se conseguiu cumprir com essa missão divina de as ter feito realizar sexualmente enquanto mulheres. É saber fazê-las sentirem-se deusas amadas na cama e na vida.
É fazê-las sentir que nos habitam a alma.
Amar uma mulher é penetrar o seu espaço, sua alma...
respirando-a, sentindo-a, trazendo-a para dentro de nós.
Amar uma mulher é saber devotadamente orar em seu corpo levando-a a alcançar edílicos lugares apenas pelo sonho tocados.
Amar uma mulher é amar cada pedaço do seu corpo e do seu Ser.
O grande Vinicius de Morais disse um dia “(...)para viver um grande amor é necessário ser de sua dama por inteiro(...)”.
Amar verdadeiramente uma mulher é admirá-la, conquistá-la, seduzi-la, apaixonar-se por ela a cada dia como se fosse a primeira vez.
Amar o corpo e a alma de uma mulher é algo tão gratificante como ser tocado por Deus. É algo que nos dignifica, nos fortalece e nos dá uma nova dimensão; a dimensão da arte, da poesia, do Amor.
Amar uma mulher não é torná-la cativa mas sim libertá-la, admirando-a na sua insuperável liberdade como quem, extasiado, contempla o vôo de uma ave.
Uma das mais felizes formas de afirmar tudo isto que acabei de dizer encontra-se expressa nesse magestoso tema de Bryan Adams “Have you ever really loved a Woman” ou no tema “She” mundialmente conhecido na voz de Elvis Costello. Poderia muito bem mencionar tantos outros temas de tantos outros autores e cantores mas este dois reflectem muito bem tudo o que acima se encontra escrito. Longe de mim menosprezar a importância de um Tom Jobim, de um Vinícius de Morais, de um Brel, um Aznavour, de um Barroso, um Abrunhosa (Pedros), etc... e muito menos de um Leonard Cohen - que quanto a mim foi talvez um dos maiores e melhores a cantar as mulheres e o sentimento que une um homem a uma mulher.
Gostar de uma mulher é fácil. Amar uma mulher é muito mais que isso.

P.S. Um xi-coração do tamanho do mundo a todas as mulheres

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Porque o que é sereno também pode ser belo

Para os velhos do Restelo q dizem q hoje em dia em Portugal não se faz música de qualidade aqui fica este recente tema dos velhinhos "rádio macau", um grupo português de enorme sucesso nos anos 80/90.

Radio Macau "Cantiga de Amor"

Um pequeno momento de relax, descontração e algum sentido de humor :-)

UHF - Foge Comigo Maria

Os "Commedia a la carte" em Os Loucos de Lisboa (Ala dos Namorados)

Porque a Pátria da língua portuguesa minha amada é isto... e muito mais III

Sophia de Mello Breyner Andresen

sexta-feira, 7 de maio de 2010

"Um dia..."

Um dia,
fomos corpos... celestes
fomos lábios sedentos de vida
fomos entrega total, ínequívoca e inesgotável,
amálgama pura de energia indivisível,
fomos unos com o universo.
Um dia,
seremos apenas recordações
que apenas o coração sabe cuidar...
Um dia,
seremos 1sorriso / 1lágrima lembrando momentos
Mas seremos sempre eternos... porque
Um dia soubemo-nos amar!!!...

segunda-feira, 3 de maio de 2010

"Quando me dou"

Quando me dou
jamais me dou apenas por metade.
Quando me dou é sempre por inteiro,
tem de ser por inteiro!
Doutra qualquer forma seria
um outro qualquer algo...
sem significado...
e por certo não seria eu.
Por isso, algumas vezes sofro
mas precisamente por ser assim
posso afirmar bem alto:
Eu vivo!!!

Talvez poucos poderão afirmar o mesmo!

Quando um dia o pano se fechar
poderei não ter conseguido alcançar
tudo o que queria,
quanto eu queria
da forma que queria...
Mas pelo menos vivi...
como eu queria!

Talvez poucos poderão afirmar o mesmo!

Longo ou curto,
com maior ou menor dificuldade,
o caminho foi percorrido
mas, seguramente,
foi intensamente saboreado.

Talvez poucos, um dia, poderão afirmar o mesmo.