CANTO D' ALMA

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Um espaço de partilha de nós para vós e que pretende ser de todos nós.

Um local para usufruir e disfrutar da companhia uns dos outros num ambiente perfumado pelo aroma das artes.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

"O que dói às aves"

E chega um dia em que reconhecemos
finalmente
a injustiça das palavras -
exactamente as mesmas
para quem vai e para quem fica

um dia
em que não há mais passado para contar
nem mais futuro para viver

apenas uma velha cantiga de embalar
uma casa desaparecida
e este limbo ocasional
onde o corpo
espera que anoiteça


Alice Vieira

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

"José Afonso - 24 anos de Saudade"

José Afonso, Zeca Afonso ou simplesmente Zeca.
Cantou como poucos o Homem, o Sonho e a Liberdade.
Teve essa ousadia e por essa razão foi perseguido pelo regime ditaturial.
Faz hoje 24 anos que o seu corpo deixou de sofrer.
Mas ele e a sua obra estarão sempre presentes entre nós
pois são eternos.
Singela mas mui sentida homenagem ao nosso Trovador-Mor.



terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

"Estende o passo..."





Estende o passo para o infinito que guardaste por receio,
espreita para fora, tenta uma dança
e sente o que sucede ao coração.
Depois senta-te naquilo que souberes da escuridão
e aí, poderás questionar a beleza
das coisas concretas da imaterialidade dos sentimentos
e da validade dessa coisa estranha que é amar...
e Viver.
Abandona a zona de conforto das grilhetas.
Sê uma ave... e voa.



PMM 06Fev11

Nota: Extraído do original. Na coluna da esq. clicar em "A Máquina Royal"

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

"5 Minutos de Jazz"

Quarenta e cinco anos atrás, pela voz de José Duarte,
começava assim um programa de rádio:
- "Cinco minutos de Jazz" nº1, 21 de Fevereiro de 1966.

Parabéns Sr. José Duarte!!!


Artes & Espetáculos - Programa "5 Minutos de Jazz" fez 45 anos. - RTP Noticias, Vídeo




(É só clicar no link para ver um grande Senhor)

domingo, 20 de fevereiro de 2011

“Ser de Lisboa/ser lisboeta”

Ao passear-me pelo blog de um amigo meu deparei-me com uma “aberrosidade” de todo o tamanho, típica talvez do sec. XII (para não lhe chamar "neanderthal").
Dizia-lhe uma sua amiga, a certo momento, do alto da sua ignorante jaquetância: Repara tu que há duas gerações atrás não tinhas ninguém da tua família que fosse de Lisboa, és uma mistura de Cercal, São Luis, Montargil, Quito/Silva Porto, Luanda, Sertã, Ovar, Marinha Grande...Queres mais? Eu aqui tenho ascendentes pelo menos desde o século XIX. Sou muito mais lisboeta que tu."
(Até onde pode chegar a ignorância e a pequenez da mentalidade humana, pergunto-me).
Caríssima, permita-me que lhe dirija duas palavras. Ser de Lisboa (Lisboeta) é um modo de ser e de estar, é um estado de espírito que se entranha, respira-se, vive-se... intensamente. Ser de Lisboa é saber sorver o seu Aroma e a Luz e semeá-los em cada gesto, em cada olhar. Pois é magia pura a nossa cidade, não existe outra igual.
Até Paris cora de inveja.
Lisboa é mulher, é rebelde, é varina, é vendedora de fruta e cantadeira, é amante e amada, é liberdade. Lisboa é confluência de idéias, de culturas, de povos e de sangues (Fenício, Cartaginês, Eslavo, Romano, Àrabe, etc...). Lisboa é sinónimo de bem receber, acolher e integrar... sem reservas ou preconceitos. É precisamente tudo isto que é a massa da qual são feitos os Lisboetas e que constitui a riqueza de Lisboa. Linhagens e outras idéias bacocas são vestidos que não lhe servem e que ela se recusa a usar.
Essa sua estória das linhagens faz-me lembrar aquelas conversas de crianças: Eu sou mais forte porque o meu pai é polícia. Não,não! Eu é que sou mais forte porque o meu pai é da tropa, retorque outro.
Para se ser de Lisboa não basta nascer nela e/ou viver nela, temos de a trazer para dentro do peito, vivê-la e partilhá-la; e isso é que é faz ser lisboeta.
Carimbos... é nos correios.

Bono recites Bukowski

Segundo fonte fidedigna, eis um vídeo raro com Bono a declamar "Roll the dice" de Charles Bukowski.


sábado, 19 de fevereiro de 2011

"Existir em toda a essência..."


A vida é um sopro breve…

Não digas o que não sentes,

Não faças o que não queres…

Vive… e acima de tudo sê verdadeiro contigo.



No final desta brisa… sorri!


Porque tiveste coragem de Existir em toda a tua essência!


Miguel Ferreira in "Não queiras saber"

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

"Porque hoje é dezoito"

Porque hoje é dezoito,
os copos já estão na mesa...

Ergamo-los bem alto

com coragem e sem temores

de Laras ignorantes

ou outros estupores.

Porque hoje é dezoito,
CELEBREMOS SARAMAGO!!!

CELEBREMOS SARAMAGO!!!

CELEBREMOS SARAMAGO!!!

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

"Pequenas pérolas"

Pequenas pérolas para perfumar o dia, com a benção de S. Valentim. :-)







"Hinos ao amor"ou "Pequenas pérolas"

Perdoem-me por o primeiro tema ser a repetição aqui no nosso cantinho porém afigura-se-me incontornável publicá-lo associado a este dia de hoje. Grato pela vossa compreensão. Um verdadeiro hino a esta coisa estranha que é o amar, na minha modestíssima opinião. O segundo tema é outro que tal como o terceiro, não necessitam
qualquer apresentação. Quanto ao quarto... acredito que vá ser uma surpresa para alguns de vós. Considerem-no como uma humilde prendinha do Canto d'Alma à guisa de serenata a todos e a cada um de vós, que a cada dia fazem o favor de tornar este simples bloguezito cada vez mais rico. Obrigado do fundo do coração.







História de S.Valentim

Segundo uma pesquisa efectuada, as comemorações de 14 de Fevereiro, dia de S. Valentim, como dia dos namorados, têm várias explicações possíveis, umas de tradição cristã, outras de tradição pagã, nomeadamente romana e anglo-saxónica.
A Igreja Católica reconhece três santos com o nome Valentim mas o santo dos enamorados parece ter vivido no século III da nossa era, em Roma, tendo morrido como mártir. No ano de 496, o papa Gelásio reservou o dia 14 de Fevereiro ao culto de S. Valentim. Valentim era um sacerdote cristão contemporâneo do imperador Cláudio II. Cláudio II queria constituir um exército romano grande e forte; não conseguindo levar muitos romanos a alistarem-se, acreditou que tal sucedia porque os homens não se dispunham a abandonar as suas mulheres e famílias para partirem para a guerra. E a solução que encontrou, foi proibir os casamentos dos jovens. Valentim ter-se-á revoltado contra a ordem imperial e - ajudado por S. Mário - terá efectuado imensos casamentos em segredo. Quando foi descoberto, foi preso, torturado e decapitado a 14 de Fevereiro.
A lenda tem ainda algumas variantes que acrescentam pormenores a esta história. Segundo uma delas, durante o seu cativeiro, jovens passavam pelas janelas da sua prisão e atiravam flores e mensagens onde diziam acreditar também no poder do amor. Entre os jovens que o admiravam, encontrava-se a filha do seu carcereiro o qual consentiu visitas desta à sua cela e aí ficavam horas e horas a conversar, tornando-se assim amigos. No dia da sua execução, Valentim deixou uma mensagem à sua amiga (por quem dizem que se apaixonou), agradecendo a sua amizade e lealdade. Diz-se que terá terminado o bilhete dizendo «Do teu Valentim».
Ao que parece, essa mensagem foi o início do costume de trocar mensagens de amor no dia de S. Valentim, celebrado no dia da sua morte, a 14 de Fevereiro do ano de 269, crê-se.
Quanto à tradição pagã, pode fundir-se com a história do mártir cristão: na Roma Antiga, celebrava-se a 15 de Fevereiro (que, no calendário romano, coincidia aproximadamente com o início da Primavera) um festival, os Lupercalia. Na véspera desse dia, eram colocados em recipientes pedaços de papel com o nome das raparigas romanas. Cada rapaz retirava um nome, e essa rapariga seria a sua «namorada» durante o festival (ou, eventualmente, durante o ano que se seguia).
Com a cristianização progressiva dos costumes romanos, a festa da Primavera, comemorada a 15 de Fevereiro, deu lugar às comemorações em honra do santo, a 14.
Há também quem defenda que o costume de enviar mensagens amorosas neste dia não tem qualquer ligação com o santo, datando sim da Idade Média, baseando-se na crença que o dia 14 de Fevereiro assinalava o princípio da época de acasalamento das aves.
Com o passar dos tempos, o dia 14 de Fevereiro ficou marcado como a data de troca de mensagens amorosas entre namorados, sobretudo em Inglaterra e na França e mais tarde nos Estados Unidos. Neste último país, onde a tradição está mais institucionalizada, os cartões de S. Valentim já eram comercializadas no início do século XIX.
Actualmente, o dia de S. Valentim é comemorado em cada vez mais países do mundo como um pretexto para os casais de namorados trocarem presentes, jantares românticos em restaurantes, etc. Talvez por essa razão e fruto do mundo consumista onde vivemos, na opinião de muitos, a data tenha perdido alguma da sua magia em virtude de se ter tornado demasiado comercial.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

"Todas as cartas de amor são ridículas"

Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.

Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.

(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)



Álvaro de Campos (heterónimo de Fernando Pessoa)
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sábado, 12 de fevereiro de 2011

“Balada de um cavaleiro Templário”

Momentos da vida há
na qual o cansaço se subtrai já
a essa energia suplementar
que mantém um leve e ténue sopro de vida nos corpos.
Talvez seja esse o meu momento.

Sou pouco mais
que um guerreiro sem forças para pegar a sua espada,
um poeta despojado da inspiração que habitava sua alma
e cuja tinta se secou da ponta de sua pena.
Estou exausto, demasiadamente exausto,
para poder afirmar,sem faltar à verdade, que estou vivo.
Ainda respiro...
mas pouco mais.

...E poderei dizer com toda a propriedade
que fui e sou feliz,
uma vez que nunca me coíbi
de fazer nascer um sorriso no rosto de alguém,
de secar uma lágrima que teimava em rolar pela face,
de tentar auxiliar o meu próximo
na justa medida do humanamente possivel.
Mas isso não é algo de extraordinário
pois é a missão de um Cavaleiro Templário.

Sou um guerreiro sem forças para pegar a sua espada,
ainda respiro...
mas pouco mais.

"Minha"

Chamo-lhe minha
apenas e só
porque sou dela
inteiramente dela
de uma forma voluntária e serena
como o ar que se respira
e sem qualquer intenção sub-entendida.
Sou dela e pronto.
Quando ela de mim se quiser apartar
nada temerei pois será apenas uma passagem
a um outro estado de energia, nada mais.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Feliz aniversário Srª D. Simone de Oliveira

Para aqueles que não conhecem tenho o enorme prazer de vos apresentar uma mulher com um "M" muito grande, uma grande senhora, ou melhor, "A SENHORA". Ela é o exemplo máximo de tudo quanto na vida se deseja ser, independentemente do sexo. Felizes somos por a termos entre nós e de termos esse privilégio único de sermos despertados pelos seus comentários sempre clarividentes, sempre sábios, sempre pertinentes, quando os poderes instituídos tentam sonegar a verdade ao Povo Português.
Imensos são os adjectivos que a vestem: coragem, entrega, frontalidade, classe pura, desassombrada, acutilante, sensata, lutadora, directa, sensível, enfim um sem número de predicados. Por quem é e pelo que representa para todos nós, muito obrigado.
Srª D. Simone, muitíssimo obrigado por tudo quanto nos deu e nos dá.
Votos de longa vida.

(Estes são apenas dois exemplos de poemas e melodias enriquecidos pela genial capacidade interpretação desta grande Senhora)



"Telepatia"

Escute-se em silêncio e sem pressas, atente-se à letra e deixemo-nos envolver pela melodia. Um dos mais belos temas da música portuguesa, de sempre. Magnífica interpretação.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

"Sublime"

Para quê falar quando o silêncio grita.

"No seguimento do post anterior"

Escute-se cada palavra, cada silêncio... beba-se da melodia a magia.

"Poderia escrever os versos mais tristes esta noite" - Pablo Neruda

Quiçá a mais bela e sublime das interpretações que conheço deste lindíssimo poema do grande mestre Neruda.

Caetano Veloso- Cucurrucu Paloma

... Escute-se.