CANTO D' ALMA

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Um espaço de partilha de nós para vós e que pretende ser de todos nós.

Um local para usufruir e disfrutar da companhia uns dos outros num ambiente perfumado pelo aroma das artes.

terça-feira, 27 de julho de 2010

"Há-de ter havido um tempo..."

Seguramente, há-de ter havido um tempo
onde nos amámos
e fomos inteiros e unos com o cosmos.
Não pode ser do nada ou à toa
que me invade este desejo intenso
de ser do teu corpo
e entregar-me nele como se não houvera amanhã.
Há-de ter havido um tempo.
Não pode ser do nada ou à toa
este impacto que tens sobre mim
e o desejo que me invade e me preenche
de ter a tua pele colada na minha.
Como é possível ainda sentir o teu calor.
Como é possível o desejo tão profundo
de um corpo que ainda não amámos
mas do qual temos a certeza absoluta
ser perfeito para nós
numa sede inigualável de sonho
como que de uma forma de a ele retornar se tratasse.
Seguramente, há-de ter havido um tempo,
pois, a avaliar pela tua linguagem corporal,
também sentes em ti o impacto da mesma situação
com a mesma intensidade e profundidade.
Seguramente, há-de ter havido um tempo.
Estou certo...
ou pelo menos quero estar.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

"SONHO"

Sonho.
...
Mais que uma louca e insaciável vontade
de ser, ter, querer, tocar e sentir...
a união dos corpos se apresenta,
clara e distintamente
como uma forma de a ele retornar
e de nos fundirmos com o universo.
Porém só o alcança
quem verdadeiramente ama.

(Mesmo que tenha sido apenas
não mais que uma mera ilusão)

“Todas as palavras de Amor são de veludo”

Todas as palavras de Amor
são de veludo
mesmo as de dor,
especialmente as de dor...
que são bordadas em diamante de Lágrima
e tecidas em ouro de Dor.

Todas as palavras de Amor são de veludo
mesmo as de quem sofre de Amor,
especialmente as de quem sofre por Amor.


(inspirado algures em Pessoa)

"É na noite"

É na noite,
no silêncio que a preenche e compõe
que me perco
para me encontrar.
É na noite
que me busco
que te busco
e me encontro.
É na noite,
na imensidão de seu (aparente) vazio
que flutuo, me abandono
e nos encontro.

(Certo que até pode ser vã
mas a cada ida,torna-se por demais evidente,
a crescente a vontade que me invade de ir...
e ao mundo jamais retornar)

domingo, 18 de julho de 2010

"Hoje, Pai"

Hoje,
como algumas outras vezes,
seria mais um dia
em que o senhor iria certamente querer passar incógnito
e fazer uma traquinice das suas.
Lá seria preciso, conversando bem devagarinho,
como quem "canta a canção do bandido",
convencê-lo a vir para a mesa...
para assim lhe podermos cantar os parabéns.
Seriam 65.

Hoje,
infelizmente para nós,
não foi preciso ir buscá-lo ao quarto
e convencê-lo a vir sentar-se à mesa para estarmos todos juntos.

Hoje,
embora em mesas diferentes,
e de certo modo espalhadas um pouco por esse mundo,
estivemos todos juntos, unidos em si,
a celebrar o seu nascimento,
embora com uma marota lágrima
que teimava em escapar pelo canto do olho.

Hoje,
a matéria celebrou o espírito
e desta forma não deixamos de assinalar a sua presença em nós.
Lá para o alto de onde nos vê e vela por nós
um mui sentido beijo imensamente repleto de saudades.
Sabemos que está bem
e de certa forma congratulamo-nos com essa situação.
Mas mesmo estando certos disso
é-nos demasiado dificil mitigar a nossa dor face ao seu desaparecimento
e a falta que o calor do seu olhar nos faz.

Mas temos de entender que a vida assim é
e portanto como o senhor diria:
“Toca a arregaçar as mangas e pôr mãos à obra”; “ Moínho parado não ganha maquia”.
Há que levar a vida para a frente
embora por vezes a vontade seja pouca ou mesmo nenhuma.
Obrigado por todos os ensinamentos, meu Pai.
Beijinho grande e até já.

domingo, 4 de julho de 2010

CONTRALUZ - Trailer 1 com mensagem de António Feio

Meus queridos(as),
impossível para mim seria não partilhar este momento de rara beleza emocional e profunda intensidade. Façam o favor de o divulgar até à exaustão por forma a contribuirmos para erradicar a mesquinhez de certas bafientas mentalidades que por aí pululam, tornando assim o mundo num lugar mais belo e mais saudável de se viver e aprazível para se respirar.
Aos meus olhos a mensagem deste clip pareceu, sinceramente, a versão em palavras do sec.XXI de algo que já foi dito à cerca de dois milénios atrás, por alguém que nos é muito próximo ou pelo menos deveria de o ser (isto digo eu com os nervos...):
- "(...)Trago-vos a boa nova. Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei(...)".
À primeira vista, pode até parecer quiçá que me encontro debaixo de um qualquer estado de delírio ou até parecer-vos que a expressão se encontra demasiado gasta, por ser tão antiga.
Porém, infelizmente, talvez como nunca, a expressão se reveste de uma actualidade quase que atroz. Atente-se ao seu impacto no nosso peito no final da visualização deste trailer. Façam o favor de divulgar o precioso aroma de cariz humano do qual ele se reveste e não abram mão de algo verdadeiramente essencial:
- Façam o favor de ser felizes... fazendo os outros felizes, sempre que possível.
Carpe Diem.