Durante a tarde, como ao longo da vida, 
vaguei pelo espaço 
trazendo carinhosamente para o lado de dentro do peito 
tudo quanto me fascinou,
tudo quanto de belo vi e se deixou ver,
tudo quanto me comoveu e me emocionou  
mas sobretudo, 
tudo quanto amei e se deixou amar por mim. 
Tão só e nada mais que isto.
Mas este “isto”, nos dias de hoje, é... e soa a tanto!
E não vale de muito andarmos com grandes teorias 
de modernidade e pós modernidade 
ou outras insignes intelectualidades
pois o que há de poético e de futuro nisto
é o simples facto de estarmos vivos 
e de possuirmos ainda a capacidade
de nos emocionarmos e Sermos
ao nos permitirmos essa mui ousada 
e tresloucada teimosia de sentirmos 
e de o querermos fazer até ao final do nossos dias.
Sei que aos olhos dos iluminados
tal não passará de uma mera e insignificante banalidade
mas significa muito para mim e para alguns ainda como eu.
- Temos pena!!!
E o verdadeiro milagre, no meio disto tudo,
é que no final do dia, 
quando encostar a cabeça na almofada
por mais que sofra
por mais pressões de que seja alvo...
o sabor de ser assim 
se torna ainda mais intenso e saboroso 
dando ainda mais alento para continuar a sê-lo
amanhã e nos dias que se lhe seguirão.
E ao contrário do que alguns desejariam
não morremos... mas antes, continuamos vivos,
para mal de seus (iluminados) pecados.
Mesmo sendo pequeno nosso coração
nosso sonho é infinito...
libertando-nos assim das corpóreas amarras:
Nós não somos apenas do nosso tamanho
mas do tamanho do nosso sonho.
E isso mata-os por dentro...  
apenas porque não ousam voar, 
como nós!
PMM 16Mai10
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