Hoje,
como algumas outras vezes,
seria mais um dia
em que o senhor iria certamente querer passar incógnito
e fazer uma traquinice das suas.
Lá seria preciso, conversando bem devagarinho,
como quem "canta a canção do bandido",
convencê-lo a vir para a mesa...
para assim lhe podermos cantar os parabéns.
Seriam 65.
Hoje,
infelizmente para nós,
não foi preciso ir buscá-lo ao quarto
e convencê-lo a vir sentar-se à mesa para estarmos todos juntos.
Hoje,
embora em mesas diferentes,
e de certo modo espalhadas um pouco por esse mundo,
estivemos todos juntos, unidos em si,
a celebrar o seu nascimento,
embora com uma marota lágrima
que teimava em escapar pelo canto do olho.
Hoje,
a matéria celebrou o espírito
e desta forma não deixamos de assinalar a sua presença em nós.
Lá para o alto de onde nos vê e vela por nós
um mui sentido beijo imensamente repleto de saudades.
Sabemos que está bem
e de certa forma congratulamo-nos com essa situação.
Mas mesmo estando certos disso
é-nos demasiado dificil mitigar a nossa dor face ao seu desaparecimento
e a falta que o calor do seu olhar nos faz.
Mas temos de entender que a vida assim é
e portanto como o senhor diria:
“Toca a arregaçar as mangas e pôr mãos à obra”; “ Moínho parado não ganha maquia”.
Há que levar a vida para a frente
embora por vezes a vontade seja pouca ou mesmo nenhuma.
Obrigado por todos os ensinamentos, meu Pai.
Beijinho grande e até já.
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