CANTO D' ALMA

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Um espaço de partilha de nós para vós e que pretende ser de todos nós.

Um local para usufruir e disfrutar da companhia uns dos outros num ambiente perfumado pelo aroma das artes.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

“Lisboa e o mundo perdem mais uma das suas pequenas luzes!”



11 de Novembro de 2010:
Um sonhador tem honras de destaque nas televisões, rádios e internet.
11 de Novembro de 2010.
A vida queima...
e teima, de quando em vez, em escoicear-nos
com a evidência da materialidade e a natural finitude dos corpos
fazendo-nos assim retornar, abruptamente,
à crueldade intrínseca da realidade.
Ele há figuras míticas, personagens intemporais
que pensamos que nunca desaparecem ou desaparecerão.
João era uma delas.
João Manuel Serra, o “Sr. do Adeus”, cinéfilo e alguém que acreditava que um sorriso e um aceno ajudavam a melhorar o mundo, num gesto de simpatia e amor ao próximo, faleceu.
Muitos mitos houve acerca dele, no entanto, na realidade era só um homem que queria espalhar pedacinhos de felicidade e humanismo por onde passava. O Saldanha, Lisboa e o mundo ficam mais pobres e mais tristes com a partida deste senhor. Há quem diga que na realidade ele era apenas um homem, mais um, que se encontrou muito sozinho depois do falecimento da mãe e não encontrando companhia na família que lhe restava, descobriu nas ruas o calor humano que lhe fazia falta. Seguramente, era talvez o mais optimista de todos os lisboetas - acreditava que um aceno podia fazer a diferença.
Uma coisa é certa, sua manifestação de generosidade jamais foi em vão, mesmo quando alguns o apelidavam de maluco. Com um humilde e simples gesto, gratuitamente e sem pedir nada em troca, fazia nascer sorrisos e aquecer o coração e a alma de quem por ele passava, ao ponto de se tornar parte da vida de tantos de nós, como o comprova este sentimento de grande perca que nos une.
João Manuel Serra - que tanto nos dava sem nada pedir - era seu nome... mas fica para eternidade como o “Sr. do Adeus”. Saldanha, Restelo ou outro qualquer ponto de Lisboa; os lugares onde acenava, assim como o espaço em nossa memória pertencem-lhe por completo.
João era seu nome e dizia adeus como ninguém.
Até sempre, senhor do gesto bonito.

Bastas vezes o via e cumprimentava no Corte Inglês quando nos cruzávamos à hora do jantar, para nos "revermos" um pouco mais tarde no Saldanha. Era um amigo que estava ali, à distância de simples aceno, ora no Restelo ora no Saldanha... e que nos respondia sempre com um imenso sorriso quando lhe devolvíamos o gesto, aquecendo-nos a alma. Sinto-me, de facto, muito mais pobre com esta triste notícia do seu desaparecimento.
Uma tristeza imensa me consome
por não lhe poder dizer adeus mais uma vez...
e outra, e outra, e outra...
Tenho pena de,fisicamente, estar tão longe. Contudo não deixarei de me associar ao evento. Se ouvirem falar de um maluco em Paris a acenar para os automóveis que passam, serei eu, certamente.
Já agora, a quem for ao Saldanha, façam o favor de lhe dizer adeus por mim :-( Obrigado.
P.S. Este texto, colectânea de comentários, é como que uma pequena manta de retalhos que conta com a prestimosa ajuda de alguns dos posts colocados na página de homena-gem ao “Senhor do Adeus” no facebook e uma pinceladazita minha, aqui e acolá. A todos os autores, obrigado. Obrigado pelos seus textos e sobretudo pelo facto de acreditarem que Sonhar, Ser livre e trilhar o caminho da Luz e do Bem é possível e necessário. Obrigado do fundo do coração.
Que o gesto do nosso amigo jamais tenha sido em vão.
Paz eterna à sua alma.

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