CANTO D' ALMA

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Um espaço de partilha de nós para vós e que pretende ser de todos nós.

Um local para usufruir e disfrutar da companhia uns dos outros num ambiente perfumado pelo aroma das artes.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

“Ser de Lisboa/ser lisboeta”

Ao passear-me pelo blog de um amigo meu deparei-me com uma “aberrosidade” de todo o tamanho, típica talvez do sec. XII (para não lhe chamar "neanderthal").
Dizia-lhe uma sua amiga, a certo momento, do alto da sua ignorante jaquetância: Repara tu que há duas gerações atrás não tinhas ninguém da tua família que fosse de Lisboa, és uma mistura de Cercal, São Luis, Montargil, Quito/Silva Porto, Luanda, Sertã, Ovar, Marinha Grande...Queres mais? Eu aqui tenho ascendentes pelo menos desde o século XIX. Sou muito mais lisboeta que tu."
(Até onde pode chegar a ignorância e a pequenez da mentalidade humana, pergunto-me).
Caríssima, permita-me que lhe dirija duas palavras. Ser de Lisboa (Lisboeta) é um modo de ser e de estar, é um estado de espírito que se entranha, respira-se, vive-se... intensamente. Ser de Lisboa é saber sorver o seu Aroma e a Luz e semeá-los em cada gesto, em cada olhar. Pois é magia pura a nossa cidade, não existe outra igual.
Até Paris cora de inveja.
Lisboa é mulher, é rebelde, é varina, é vendedora de fruta e cantadeira, é amante e amada, é liberdade. Lisboa é confluência de idéias, de culturas, de povos e de sangues (Fenício, Cartaginês, Eslavo, Romano, Àrabe, etc...). Lisboa é sinónimo de bem receber, acolher e integrar... sem reservas ou preconceitos. É precisamente tudo isto que é a massa da qual são feitos os Lisboetas e que constitui a riqueza de Lisboa. Linhagens e outras idéias bacocas são vestidos que não lhe servem e que ela se recusa a usar.
Essa sua estória das linhagens faz-me lembrar aquelas conversas de crianças: Eu sou mais forte porque o meu pai é polícia. Não,não! Eu é que sou mais forte porque o meu pai é da tropa, retorque outro.
Para se ser de Lisboa não basta nascer nela e/ou viver nela, temos de a trazer para dentro do peito, vivê-la e partilhá-la; e isso é que é faz ser lisboeta.
Carimbos... é nos correios.

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